Conheça as vantagens e desvantagens da madeira comum
A madeira denominada como ‘comum’ é a mais utilizada atualmente para o uso em larga escala como na indústria de papel e celulose, carvão e mobílias padrões (com preços menos elevados). A madeira comum costuma ser extraída de árvores de cultivo fácil e rápido, por isso muitos produtores optam por essas espécies.
Mas quais são de fato as vantagens e desvantagens da madeira comum? No texto a seguir, você descobrirá essas respostas.
O que é a Madeira Comum?
A madeira comum, que também é chamada de ‘madeira reflorestada’, é mais mole e possui menor resistência aos fungos, insetos e outros agentes deteriorantes, comparado com a madeira nobre. Por isso, a essa madeira precisa de tratamento antes de ser utilizada. Devido a essas características, ela possui um valor comercial mais baixo.
Tipos de Madeira Comum
Os tipos mais populares de madeira comum são:
- Madeira de Pinus
- Nome científico: Pinus Taeda, Pinus Elliotti (espécies mais comuns) e Pinus Caribea, Pinus Oocarpa e Pinus Tecunumanii.
- Origem: sua ocorrência natural é na região polar até os trópicos, abrangendo os continentes da Europa, Ásia, América do Norte e Central, não ocorrendo naturalmente na América do Sul. Essa árvore exótica foi trazida da América do Norte para o Brasil.
- Características: árvores com altura entre 18 e 30 metros, com cerne e alburno indistintos pela cor, branco-amarelado, brilho moderado, densidade baixa, macia ao corte e com textura fina.
- Durabilidade natural: se não for tratado, o Pínus pode sofrer ataques de fungos (emboloradores, manchadores e apodrecedores), cupins, brocas-de-madeira e perfuradores marinhos.
- Utilidade: é usada em construção civil (caixaria para concreto, rodapés, forros, lambris, pontaletes, andaimes), móveis standard e partes internas de móveis, chapas compensadas, lâminas decorativas, peças torneadas, bobinas e carretéis, embalagens, utensílios diversos como cabos de vassoura, palitos, pincéis, artigos esportivos, brinquedos, etc.
- Curiosidade: o Pínus substituiu, em grande parte, a extração de espécies nativas, como a Araucária. Como a árvore de rápido crescimento, sua plantação é feita em escala industrial para abastecer a crescente demanda da construção civil, indústria moveleira e de embalagens e marcenaria em geral.
- Madeira de Eucalipto
- Nome científico: Eucalytpus Citriodora (espécie mais comum).
- Origem: Austrália, Tasmânia e outras ilhas da Oceania.
- Características: madeira de cerne pardo e alburno branco-amarelado, sem brilho, de densidade alta e dura ao corte, com textura fina a média. Possui boas propriedades mecânicas e resistência ao impacto. Sua tonalidade clara permite uma grande amplitude de acabamentos, permitindo adequar a tonalidade final à decoração pretendida.
- Durabilidade natural: é resistente ao apodrecimento, mais durável ao ataque de cupins do que o Pínus e tem baixa tendência ao rachamento.
- Utilidade: por ter mais resistência, é usada em construção civil (postes, cruzetas, dormentes ferroviários, mourões, vigas, caibros, assoalhos), móveis standard, cabos de ferramentas, etc.
- Curiosidade: ao se adaptar com facilidade às condições climáticas, e ter rápido crescimento, o Eucalipto faz parte de áreas reflorestadas. No plantio, práticas de melhoramento genético resultam na obtenção de uma madeira serrada com maior qualidade.
Vantagens da Madeira Comum
A maior vantagem da madeira comum é o crescimento rápido de suas árvores. Por exemplo, o Eucalipto de semente tem uma poda inicial de 10 a 12 anos, sendo que para obter uma madeira mais densa espera-se de 20 a 24 anos. Já o corte para o Eucalipto clonado pode variar entre 5 a 7 anos. Já o Pínus é extremamente resistente à seca e suportam de -65°C até 50°C.
A outra vantagem é a ambiental, já que a madeira comum advém de árvores reflorestadas. “Quanto maior for a disponibilidade de madeira plantada, menor será o avanço sobre a vegetação nativa”, destaca o professor Carlos Sette Júnior, professor de Tecnologia e Utilização de Produtos Florestais da Madeira, do curso de Engenharia Florestal da Universidade Federal de Goiás (UFG) em entrevista ao Globo Ecologia.
Além disso, de acordo P. C. Campos, em sua dissertação de Mestrado em Planejamento Energético na UFRJ, as florestas em crescimento podem auxiliar na redução do efeito estufa, já que absorvem o gás carbônico quando intensificam a fotossíntese. Este processo é denominado comumente como “Sequestro de Carbono” e o reflorestamento ajuda nesse processo.
Lembrando também que a madeira comum é muito versátil e por isso pode ser usada para diversos fins, desde a produção de resina, vassouras até na construção civil, biomassa e entre outras aplicações.
Desvantagens da Madeira Comum
Primeiramente, a principal desvantagem é o seu valor de mercado. Pelo fato da madeira comum ter uma qualidade inferior por sua menor resistência, ser mais mole e, consequentemente, mais propensa a ter ataques de doenças, fungos e pragas, seu valor comercial é mais baixo.
Essa desvalorização também acontece por causa da alta popularidade das espécies comuns. Como ela é um dos cultivos mais escolhidos, sua produção é grande e, também por esse motivo, os valores para venda não são muito altos como a madeira nobre extraída do Mogno africano. Essa árvore ainda é pouco produzida e tem uma alta demanda no mercado interno e externo, comparado ao Eucalipto e o Pínus.
No caso da madeira de Pínus, apesar da árvore ter um rápido crescimento, o preço de sua colheita é alto comparado com a sua rentabilidade, pois a maior parte da madeira acaba virando carvão. O investimento por hectare é de R$ 5 mil, para uma renda de apenas R$ 13 mil em cinco anos, segundo o engenheiro civil catarinense Joerberth Petkov – membro da Associação Brasileira dos Produtores de Mogno Africano, em entrevista ao Dinheiro Rural.
Ademais, as perspectivas para o mercado de madeira comum não são as mais animadoras. O compensado de Pínus, por exemplo, tem uma alta tributação para os países importadores.
“O compensado de Pínus do Brasil para os Estados Unidos é taxado em 8% de impostos de importação. Para a Europa são 7% e México, 6%, enquanto que os nossos vizinhos Chile e Uruguai não têm qualquer taxação”, de acordo com o presidente da Abimci (Associação Brasileira da Indústria de Madeira Processada Mecanicamente) José Carlos Januário, em entrevista para o Portal RBJ.
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Rentabilidade da Comum x Nobre
Apesar da madeira comum ter suas versatilidades e crescer rapidamente, suas desvantagens são maiores. Se você quer investir no setor madeireiro, uma boa opção são as madeiras nobres, principalmente extraídas do Mogno Africano. Saiba mais sobre o reflorestamento com madeiras nobres aqui.
Para se ter uma ideia, o Mogno Africano (Khaya grandifoliola) pode oferecer até 32 vezes mais renda do que o Eucalipto. É possível fazer o corte raso e o valor de mercado de sua madeira em pé (tora) pode chegar € 750 para cada metro cúbico. Já o Eucalipto tem seu metro cúbico vendido a R$ 77,50 aos 6 anos de idade.
Segundo informações divulgadas pelo The International Tropical Timber Organization (ITTO), a madeira de Mogno Africano seca ao ar livre que em 2009 era comercializada a 595 euros o m³, passou a ser negociada a 1239 euros o m³ em 2022. Uma valorização de 108,24% durante o período.
Esses valores correspondem a madeira serrada comercializada nas espessuras de FAS 25 a 100mm x 150mm up x 2.4mm up.
*Observação: informações obtidas em julho/2022.
O valor do Mogno Africano é um dos motivos da espécie ser uma boa alternativa de investimento, principalmente para aqueles que se interessam em ter uma aposentadoria verde.
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Confira mais diferenças entre madeira nobre e madeira comum no vídeo a seguir: