Florestas Comerciais
O plantio de florestas comerciais pode ser um reflorestamento de um local desmatado ou apenas o florestamento de uma determinada área. Mas, em ambos os casos é necessário planejamento para um plantio de sucesso e para o produto final que atenda às necessidades comerciais. Vamos entender como isso surgiu no Brasil?
Breve histórico dos plantios comerciais no Brasil
As florestas voltadas para o comércio de matéria prima florestal sempre foram uma necessidade, mas começaram a ganhar mais repercussão a partir do Código Florestal Brasileiro, Lei Federal 4.771 de 16 de setembro de 1965. A legislação passou a determinar que todos as indústrias consumidoras de matéria prima florestal, madeira e seus derivados, fossem obrigadas a reflorestar o equivalente ao consumido.
Assim, a partir deste marco, as indústrias que necessitam dessa matéria prima passaram a dar mais atenção ao plantio das florestas comerciais, aumentando a demanda comercial do produto e consequentemente diminuindo o número de extração de matéria prima de florestas nativas.
Onde existe mercado, existem produtores buscando atender a demanda. Diante de todo esse cenário, o plantio de florestas comerciais passou a ser uma realidade mais frequente no Brasil.
Segundo o IBGE 2017, estima-se que já existem 10 milhões de hectares de florestas plantadas no Brasil. Assim, se você está pesquisando uma boa forma de investimento, o reflorestamento comercial pode ser uma boa alternativa.
Tipos de Plantio de Florestas Comerciais no Brasil
Existem diversos tipos de florestas comerciais, cada uma voltada para um tipo de matéria-prima que se deseja extrair. Por exemplo, o plantio de Eucalipto é voltado para a extração da celulose, já o plantio de Teca é mais voltado para a indústria naval.
Cada floresta comercial possui características específicas e possuem um valor de mercado diferenciado.
No caso do Mogno Africano, por exemplo, é possível fazer o seu corte raso a partir do 17º ano. O valor de mercado de sua madeira em pé pode chegar a € 600,00 para cada metro cúbico.
Um relatório divulgado pelo The International Tropical Timber Organization (ITTO), mostrou que a madeira de Mogno Africano seca ao ar livre que em 2009 era comercializada a 595 euros o o m³, passou a ser negociada a 1239 euros o m³ em 2022. Esses dados refletem uma valorização de 108,24% durante o período.
Além disso, os valores correspondem a madeira serrada comercializada nas espessuras de FAS 25 a 100mm x 150mm up x 2.4mm up.
*Observação: informações obtidas em julho/2022.
Tratando-se de espécies mais comuns como o Eucalipto, o valor chega a R$ 77,60 m³ a partir dos 7 anos.
Segundo o Serviço Florestal Brasileiro (SFB), em 2016 as espécies mais plantadas no Brasil foram o Eucalipto, com mais de 7,5 milhões de hectares e o Pinus com mais de 2 milhões. Outras espécies somaram 400.207 hectares.
Bem favorecida no mercado, esta matéria prima possui alta demanda devido as indústrias. O Mogno Africano é uma espécie que possui procura por conta do seu padrão nobre de madeira e por possuir pouca disponibilidade no mercado.
Quais os impactos das florestas comerciais no Brasil?
As vantagens do plantio de florestas comerciais para o Brasil são inúmeras, abrangendo benefícios ambientais, sociais e econômicos.
Em relação aos benefícios econômicos a Indústria Brasileira de Árvores (IBÁ) informou que a indústria florestal fechou 2017 com o superávit de US$ 9,0 bilhões, um avanço de 15% em relação ao ano anterior. O setor também foi responsável por aproximadamente 3,7 milhões de empregos diretos e indiretos e pela geração de R$11,5 bilhões de tributos federais, estaduais e municipais.
A IBÁ ainda afirma que o setor está em expansão e novos projetos e indústrias, visando o aumento da quantidade de plantio de florestas comerciais. Tudo isso faz do setor um dos pilares da indústria nacional.
Os benefícios ambientais são visíveis, uma vez que com o aumento do número de plantio de árvores comerciais acontece a redução da extração de matéria prima das florestas nativas. O SFB aponta uma queda do número de extração de matéria prima das florestas nativas ao longo do tempo.
Observa-se no gráfico a seguir que o número de extração de matéria prima de florestas naturais reduziu ao mesmo tempo que as florestas plantadas supriram a demanda.
Entenda em números:
Além disso as árvores comerciais colaboram para a absorção de CO2 da atmosfera e contribui para a preservação das Áreas de Preservação Permanente (APPs).
De acordo com a IBÁ já foram recuperados no Brasil 35 mil hectares de áreas degradadas e mantidas 5,6 milhões de hectares de árvores naturais em APPs, Reserva Legal (RL) e Reservas Particulares do Patrimônio Natural (RPPN). O levantamento do IBÁ conclui que para cada 1 hectare de floresta comercial plantada, acontece a preservação de 0,7 de floresta nativa.
Projetos sociais também são desenvolvidos em larga escala principalmente pelas grandes indústrias que precisam da matéria prima florestal. Ainda de acordo com a IBÁ, em 2018 foram investidos R$ 497 milhões em programas de cunho social. A indústria Klabin, uma das maiores na produção de embalagens de papel do Brasil, informou em seu relatório de 2018 que o investimento social foi de R$ 26,7 milhões.
Conclusão
Diante de todos esses dados fica claro a importância do plantio de florestas comerciais no Brasil. De fato, ao longo do tempo a produção de árvores foi ganhando espaço e hoje é primordial para o desenvolvimento ambiental, social e econômico do país.
Se você está pensando em investir no plantio de florestas comerciais saiba que irá colaborar diretamente com a sustentabilidade que é formada pelo tripé ambiental, social e econômico. Contudo, pesquise e planeje-se para realizar um plantio de sucesso, obter lucro e ainda colaborar com o desenvolvimento do Brasil. Confira aqui o ranking das 6 melhores árvores para o reflorestamento comercial.
Confira detalhes do lucro do Mogno Africano no vídeo a seguir: