O apagão florestal
O declínio da produção madeireira proveniente da extração vegetal está acontecendo e criando o fenômeno chamado apagão florestal – em analogia à escassez de energia ocorrida em 2001. O apagão ocorre devido à diminuição das áreas de plantio de árvores comerciais devido às pressões na Amazônia e ao aumento da demanda de madeiras nobres no mercado.
Por causa do apagão florestal, o mercado de madeiras nobres no Brasil está em alta e tem impulsionado o empreendedorismo florestal. Esse tipo de empreendedorismo consiste em otimizar o retorno por hectare por meio da diversificação de culturas para garantir ao produtor a expansão de suas fontes de renda, principalmente a médio e longo prazo. Essa ação é chamada de aposentadoria verde.
A seguir, mostraremos mais informações para você saber como se beneficiar o apagão florestal.
Por que surgiu o apagão florestal?
Basicamente, o apagão florestal aconteceu devido ao aumento da demanda de madeira. Para se ter uma ideia, um brasileiro consome em média 308 árvores em sua vida. Dessas, 270 vão para a geração de energia. Outras 24 viram papel e 4,5, carvão vegetal usado para produzir o aço do seu automóvel. São 40 quilos anuais por pessoa — um consumo ínfimo comparado ao norte-americano, dez vezes maior, de acordo com a Revista Galileu.
Além disso, em 2018, foram produzidos cerca de 10 milhões de metros cúbicos (m³) de madeira. Mas esse número deve diminuir para 5 milhões de m³ até 2030, porém, até lá, a demanda deve aumentar para somente 21 milhões, o que gerará um déficit de 16 milhões de m³.
“Esse aumento do consumo de madeira não vem sendo acompanhado, no mesmo ritmo, pelo incremento da área reflorestada do país. Dessa forma, seria mesmo óbvio que surgissem problemas como o apagão florestal“, diz Sebastião Renato Valverde é professor do Departamento de Engenharia Florestal da Universidade Federal de Viçosa em seu artigo publicado pela Revista Visão Agrícola.
Desde o início deste século o apagão florestal já era previsto, tanto que alguns produtores investiram em florestas de plantio comercial. Porém, em 2012, para aqueles que plantaram no início dos anos 2000, os valores da madeira estavam semelhantes aos da soja. Isso fez com que esses produtores mudassem novamente suas culturas para agricultura e pecuária. Mas eles não levaram em consideração que os ganhos florestais acontecem efetivamente no final do ciclo e não nos primeiros desbastes.
Por falta de informação, os produtores não sabiam que as madeiras provenientes dos primeiros desbastes são utilizadas apenas nas indústrias de papel e celulose, queima de cavaco (energia), MDF, entre outras utilidades, apresentando menor valor de mercado, por isso menor lucro. Já as do corte final são mais grossas e apresentam maior agregado.
“Boa parte dos produtores, ao invés de fazer o manejo e aguardar mais 4 ou 5 anos para fazer o corte raso e agregar maior valor, já está fazendo isso agora, até pela própria atuação da Klabin, que não se interessa por madeira grossa. Como existe esse mercado, ao invés dos produtores ficarem alguns anos mais com a floresta, estão vendendo para esse tipo de beneficiamento e convertendo essas áreas em outras atividades”, relata o diretor de florestas do IFPR, Benno Henrique Weigert Doetze em entrevista à Folha de Londrina.
Assim, com a retirada das florestas antes do tempo, a indústria madeireira ficará com falta de matéria-prima, já que não estão esperando a floresta chegar ao ponto de corte. “O setor florestal está buscando alternativas para incentivar o produtor a manter a produção por mais tempo. É claro que para se consolidar o consumo florestal a madeira de baixa qualidade é essencial, seja papel e celulose ou energia, mas os ganhos de fato vêm com a madeira mais nobre”, acrescenta Doetze.
Como ganhar dinheiro com o apagão florestal?
Escolher o tipo de árvore que tem a madeira mais valiosa é um bom começo para se beneficiar com o apagão florestal. Muitos produtores, por via do senso comum, acabam escolhendo os populares Pínus ou Eucalipto, mas vale a pena conhecer outras espécies como o Mogno Africano (Khaya grandifoliola).
O Pínus tem o preço de sua colheita alta comparado com sua rentabilidade, pois a maior parte da madeira acaba virando carvão. O investimento por hectare é de R$ 5 mil, para uma renda de apenas R$ 13 mil em cinco anos, segundo o engenheiro civil catarinense Joerberth Petkov em entrevista ao Dinheiro Rural.
Por isso, Petkov decidiu por outras opções como o Mogno Africano. Com essa espécie de árvore nobre, ele espera colher 270 metros cúbicos por hectare.
A madeira do Mogno Africano
A madeira do Mogno Africano tem um bom valor comercial devido à sua resistência e beleza. Por isso, ela é utilizada na indústria moveleira, faqueado, construção naval, em sofisticadas composições de interiores e diversos produtos especiais.
Os projetos de florestas comerciais estão sendo cada vez mais pressionados por causa da demanda e do preço e isso faz com que o mercado exija a qualidade, além da produtividade. Assim, o cultivo do Mogno Africano atinge bons lucros para cada hectare plantado, sendo o investimento basicamente concentrado na criação e manutenção da floresta.
Além do bom valor agregado da matéria final (madeira serrada / a mais nobre), existem outros aspectos que potencializam o Mogno Africano no Brasil:
- Tecnologia: a silvicultura é bem avançada no Brasil e somado a transferência de tecnologia de manejo dos Mognos realizados na Austrália, houve impulso na produção;
- Adaptação: diversos novos projetos florestais de Mogno Africano foram implantados devido a adaptação da espécie em várias regiões do Brasil.
- Produtividade: o Brasil é o país mais produtivo no segmento florestal do mundo;
- Alto valor agregado em pequenas áreas: projetos de implantação de 5 a 10 hectares por ano possuem viabilidade para atuar na exportação, seja da madeira em toras ou serrada.
Para determinar o tamanho da área que será plantado o Mogno Africano, é preciso analisar o mercado no qual você deseja atuar. Se o cenário for internacional, que é para importação, recomenda-se que a área de plantação seja maior que cinco hectares, já que a possibilidade de fornecimento de madeira serrada em escala é maior e também porque se deve levar em consideração o planejamento para que a continuidade no fornecimento aconteça.
Mas se você tem uma área menor que cinco hectares, não desanime. Povoamento com esse tamanho possuem chances de atender ao mercado interno de madeira, que também é bem promissor.
O apagão florestal é uma oportunidade para você que quer investir em reflorestamento comercial. Além de lucrar, você estará ajudando a atender a demanda de madeiras nobres que o mercado nacional e internacional precisa. Uma das espécies citadas aqui foi o Mogno Africano. Lembre-se que mesmo ele sendo uma espécie mais forte contra pragas e não sofrer de autocombustão, por exemplo, o seu projeto de reflorestamento deve seguir orientações técnicas para minimizar riscos e alcançar o lucro desejado. Se você seguir as orientações técnicas necessárias, o sucesso do empreendimento será mais garantido.
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