São diversos fatores para serem estudados antes de iniciar o plantio de árvores, sendo um deles a análise do solo
Atualmente o plantio de florestas comerciais como forma de investimento está chamando a atenção de produtores rurais e investidores. Isso porque as perspectivas são boas, afinal, os fundos de investimentos florestais do país esperam ganhar até R$ 12 bilhões até o final desta década, de acordo com o jornal Valor Econômico.
Mas será que é só sair plantando árvores para dar tudo certo e no final obter um grande retorno em dinheiro? Com certeza, não. Existem diversos fatores para serem estudados, um deles é a análise do solo, uma etapa imprescindível durante o pré-plantio a fim de evitar riscos e obter um bom retorno financeiro. Vejamos a seguir mais sobre a importância da análise do solo para o plantio de árvores.
Por que fazer a análise do solo para o plantio de árvores?
Imagina você fazer um investimento comprando as mudas, pagando a mão-de-obra para realizar o plantio e, no final, as árvores não vingam. Esse cenário seria muito ruim, não? Por isso, é imprescindível realizar a análise do solo para ter o conhecimento nutricional da área antes do plantio.
Analisar o solo para o plantio de árvores é importante por dois motivos. O primeiro para não correr o risco de plantar uma espécie de árvore que não se adapta ao solo escolhido. O segundo motivo, é que é necessário saber o que o solo pode oferecer e quais são suas principais deficiências. Afinal, é um erro plantar as árvores sem saber qual é a fertilidade e o estado nutricional do solo.
Avaliar essas características com maior exatidão somente é possível por meio da análise do solo, que quando bem realizada, possibilita tomadas de decisão mais assertivas quanto às técnicas de manejo para se ter um plantio de sucesso.
A análise do solo representa também parte importante do planejamento da instalação e manutenção de culturas agrícolas, como explica doutor em solos e nutrição de plantas e docente na Unoeste (Universidade do Oeste Paulista), Marcelo Rodrigo Alves em entrevista para o Portal Agrishow.
Segundo ele, a análise do solo precisa ser realizada para que o produtor conheça o que precisa ser cuidado. “Será justamente através deste conhecimento que se torna possível o uso de práticas de manejo com o uso de corretivos e fertilizantes, de forma racional e mais direcionada para a real necessidade da área”.
Para Marcelo, a técnica traz os seguintes benefícios:
- Indicação dos níveis de nutrientes presentes no solo que possibilita o desenvolvimento de um programa de calagem e adubação mais eficientes;
- Proporciona a regularidade do monitoramento e a avaliação de mudanças dos nutrientes no solo, possibilitando aumentar a intensidade de cultivo de forma sustentável;
- Tem relação direta com a economia, pois evita gastos exorbitantes, muitas vezes desnecessários, ajudando a manter a boa produtividade do solo ao longo dos anos.
Como analisar as amostras?
Existem dois tipos de amostras para fazer a análise: a simples e a composta. Ambas devem ser coletadas meses antes da utilização do solo por um profissional ou pelo próprio laboratório que fará a análise.
Na simples, utiliza-se uma amostra homogênea de terra para o processo de classificação do solo. Mas esse tipo de amostra não é recomendável para identificar a fertilidade.
Já na composta são retiradas várias amostras simples do solo para formar a amostra composta. A partir disso se iniciam as análises, sendo essa amostra a mais utilizada para identificação da fertilidade do solo.
A amostra composta é mais indicada porque um terreno costuma ter misturas heterogêneas de solos, considerando a cor, posição do relevo, textura, culturas, adubações, calagens na área, erosões e drenagens.
Alguns cuidados são necessários para os procedimentos de análise do solo, pois podem influenciar no seu resultado, por exemplo: o período para as coletas, o material utilizado, as profundidades abordadas e o tempo de armazenamento até a realização da análise.
Todos os solos precisam ser corrigidos?
Essa é uma pergunta muito frequente e a resposta é que depende. Para ter essa resposta, você vai precisar realizar a análise do seu solo.
A necessidade de adubação acontece pelo fato de que nem sempre o solo consegue fornecer todos os nutrientes que as árvores precisam para crescerem adequadamente. A adubação acaba ocorrendo em solos muito intemperizados e lixiviados usados para plantios florestais e pelo contínuo processo de exportação de nutrientes devido às diversas rotações de exploração de culturas agrícolas ou florestais.
As características e quantidade de adubos a aplicar dependem das necessidades nutricionais da espécie, da sua eficiência, da fertilidade do solo, da reação dos adubos na terra e de fatores de ordem econômica. Essas informações são obtidas a partir da análise do solo.
De acordo com o Instituto de Pesquisas e Estudos Florestais (IPEF), as espécies de Eucalipto e Pinus plantados no Brasil, por exemplo, são adaptadas a baixos níveis de fertilidade do solo. Essas espécies são pouco sensíveis a acidez do solo e toleram altos níveis de Al e Mn. Por isso que no adubo para essas espécies utiliza-se o calcário dolomítico, preferencialmente, para suplementar o solo com quantidades adicionais de Ca e Mg.
Já o Mogno Africano adapta-se bem a quase todos os solos do Brasil e responde muito bem à adubação orgânica, não precisando de um adubo muito específico como é no caso do Eucalipto e Pinus.
A importância da análise do solo para o plantio de Mogno Africano
Apesar do Mogno Africano ter a capacidade de se desenvolver em, praticamente, qualquer terreno brasileiro, a análise do solo onde ele será plantado também é importante.
A partir da análise do solo para o plantio de Mogno Africano (Khaya grandifoliola) é possível identificar se o solo é Latossolo e Argissolo (vermelho-amarelos). Os Latossolos são, geralmente, porosos e intemperizados, e devem ser evitados em regiões com pouca intensidade de chuvas e de elevada evapotranspiração (regiões quentes), pois secam-se rapidamente.
Já solos muito encharcados devem ser evitados, embora inundações periódicas não sejam um grande problema para o cultivo de Mogno Africano. Outro fator importante a ser considerado é a profundidade do solo. Devem ser evitados também solos muito rasos, com impedimentos físicos, como rochas, ou químicos, como elevados teores de alumínio (AI) para que não impeça o crescimento reticular das raízes.
Outra ajuda que a análise do solo oferece é descobrir o quanto de adubo será necessário para a plantio do Mogno Africano. O adubo pode ser de esterco ou composto orgânico.
É importante atentar-se ao fato de que o esterco precisa estar bem curtido, caso contrário, ele poderá ser prejudicial. O Mogno Africano adubado com esterco tem crescimento 50% superior no primeiro ano, de acordo com o engenheiro agrônomo Urano de Carvalho em consultoria para o Globo Rural.
A partir das explicações oferecidas, podemos perceber a importância da análise do solo para o plantio de árvores, inclusive do Mogno Africano, mesmo ele sendo uma espécie que cresce bem em quase todos os solos brasileiros. Afinal, quanto melhor forem as condições do solo para se plantar essa espécie, mais ele crescerá e sua madeira terá melhor qualidade, trazendo retornos financeiros.
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