Fique por dentro da espécie que está em processo de difusão no Brasil. Há curiosidades que talvez você não saiba sobre o Mogno Africano. Descubra neste conteúdo!
O Mogno Africano é uma espécie exótica de árvore, a qual se extrai madeira nobre e tem chamado a atenção de produtores, mas principalmente de investidores que se interessam pela aposentadoria verde.
Agora, se você quer saber mais sobre este tipo de plantio, nós selecionamos 10 fatos sobre o Mogno Africano que talvez você não sabia. Veja a seguir.
1º Fato: retorno rápido comparado com outras espécies
O Mogno Africano (Khaya grandifoliola) é o investimento florestal de madeira nobre com o retorno rápido comparado com outras lavouras de florestas. Seu retorno está entre 17 e 25 anos, já no caso da Teca (Tectona grandis) o prazo é de 30 anos. Vale ressaltar que o Mogno Africano terá o valor da terra multiplicado no mercado entre o 3º e 4º ano de plantio.
Isso acontece devido à raridade da madeira e também pelo interesse nacional e internacional do mercado madeireiro. Assim, ao final do ciclo, a expectativa de receita bruta da madeira serrada de um projeto de 1 hectare é de a partir de meio milhão de reais.
2º Fato: as espécies
Existem três espécies, porém a melhor a ser plantada é a Khaya grandifoliola, pois as espécies Khaya senegalensis e Khaya anthoteca ainda não foram introduzidas de forma eficaz no Brasil. Por isso, elas ainda não tão conhecidas pelos produtores.
3º Fato: principais compradores
A Europa e a América do Norte são os que mais compram madeira de Mogno Africano. As empresas desses continentes que costumam comprar essa madeira nobre são:
- RJC Agencies Limited na Inglaterra;
- Multinacional B&T;
- J. P. Leitão em Portugal;
- Thompson Mahogany nos EUA.
Associações madeireiras também ajudam nessa comercialização. Por exemplo, a Associação Econômica para o Comércio de Madeira Alemã (GD Holz) auxilia as empresas associadas nas áreas de comércio de madeira: atacado, varejo e folheados.
Para facilitar a comercialização, a associação possui um banco de dados que fornece as localizações dos produtores de madeira e informa sobre as normas legais vigentes. A GD Holz reúne 930 empresas associadas na Alemanha, o que possibilita encontrar interessados em adquirir a madeira de Mogno Africano.
Outro exemplo desse tipo de organização na Europa é a Associação Espanhola de Comércio e Indústria da Madeira, AIEM. Ela está localizada em Madri e também reúne um banco de dados de pessoas interessadas em comprar a madeira de Mogno Africano.
4º Fato: até escritor planta Mogno Africano
O investimento em Mogno Africano é tão interessante que até o escritor e psiquiatra Augusto Cury possui uma floresta dessa árvore. Para quem não conhece, Cury é um dos autores mais lidos da década, com 25 milhões de livros vendidos em 70 países.
O escritor já foi o maior cultivador de Mogno Africano do Brasil. Cury começou a investir em reflorestamento em meados de 2005, quando comprou propriedades rurais no Triângulo Mineiro. A área florestal é de 600 hectares e é um dos lugares onde ele busca inspiração para suas obras.
“Reflorestar uma grande área é um sonho, um dever como produtor rural e figura pública, e a escolha do mogno-africano foi muito estratégica”, diz o escritor em entrevista ao Globo Rural. Saiba mais sobre a floresta do Augusto Cury em nosso material.
5º Fato: pode alcançar 200 cm de DAP
O DAP é a a Altura do Diâmetro do Peito de uma árvore e é considerado uma variável dendrométria importante na avaliação de uma árvore. O Mogno Africano é considerado uma espécie de grande porte e e as árvore mais antigas do Brasil, com mais de 40 anos, já alcançaram mais de 200 cm de DAP.
6º Fato: mais de 40 anos de Mogno Africano no Brasil
No Brasil a espécie já possui mais de 40 anos. A espécie foi trazida por meio do Ministro da Agricultura da Costa do Marfim em 1977. Ele veio com uma comitiva que estava visitando a Amazônia e entregou as sementes para a Embrapa Oriental, em Belém do Pará.
7º Fato: o primeiro produtor de Mogno Africano no Brasil
O pesquisador Ítalo Cláudio Falesi foi o primeiro a plantar Mogno Africano em solo brasileiro. Quando o Ministro da Agricultura da Costa do Marfim entregou as sementes, Falesi foi no quintal da Embrapa e as plantou. Nos dias atuais, a árvores estão gigantes e são os mais antigos do Brasil.
Hoje, o pesquisador está aposentado e continua investindo no Mogno Africano. Em entrevista ao site Mogno Africano, Falesi conta que se o produtor fizer um trabalho preventivo, principalmente com as formigas, o Mogno Africano terá um custo baixo para quem produz e a árvore é resistente a doença que divide o tronco ao meio, como ocorre na maioria das espécies nobres.
8º Fato: boa adaptação
O Mogno Africano se adaptou bem ao clima brasileiro por ser semelhante ao clima de sua origem. Estudos e experimentos mostram que a árvore se adapta a altitudes de 100 a 1.200 metros, tendo um índice pluviométrico de 1.200 a 2.400 mm anuais e possui distribuição entre o Norte/Sul, o qual abrange desde o Pará até Santa Catarina.
Essa vasta abrangência no Brasil acontece devido ao fato do Mogno Africano não exigir muita fertilidade do solo, conseguindo se desenvolver em solos profundos, de textura média. Além disso, ele também cresce bem em Latossolos corrigidos, o que permite seu plantio em regiões de cerrados.
9º Fato: Tramontina
A Tramontina é uma das principais empresas brasileiras que utiliza o Mogno Africano para criar móveis de luxo e utensílios domésticos. No catálogo é possível encontrar churrasqueiras, tábuas, sofás, rolos de massa, mesas, cadeiras, desenvolvidos com esta matéria prima oriunda de reflorestamento. Os acabamentos valorizam a beleza e distinção dos produtos.
10º Fato: acompanhamento da floresta de Mogno Africano
Um dos erros mais comuns ao realizar o plantio da espécie é não monitorar o crescimento das florestas.
Apesar do Mogno Africano ser uma árvore que necessite de poucos tratamentos, isso não significa que basta somente plantar e deixá-la crescer sozinha. Esse é o principal e mais grave erro cometido por silvicultores iniciantes.
A floresta de plantio comercial precisa ser acompanhada até o seu corte final. Por meio desse acompanhamento é possível identificar ataques de pragas ou doenças, avaliar a idade ótima de corte e se há a necessidade de se adiantar atividades de manutenção. Apenas assim é possível obter uma madeira de qualidade para conseguir o maior lucro possível.
Uma dica: além de identificar o desenvolvimento e produtividade da floresta, é indicado medir o diâmetro da altura do peito (DAP) das árvores de um determinado talhão anualmente. Assim é possível mensurar o crescimento das árvores e calcular uma média da produção de madeira e evitar assim surpresas durante o crescimento da floresta.
Descubra mais detalhes do Mogno Africano no vídeo a seguir: